Perspectiva Global Reportagens Humanas

Shalit fala de solidão em cativeiro; palestinos libertados celebram em Gaza

Shalit fala de solidão em cativeiro; palestinos libertados celebram em Gaza

Soldado de Israel retorna à casa após passar cinco anos sequestrado por movimento islâmico Hamas; troca de prisioneiros levou à libertação de 477 palestinos.

[caption id="attachment_206420" align="alignleft" width="350" caption="Gilad Shalit ficou cinco anos sequestrado"]

Daniela Kresch, da Rádio ONU em Tel Aviv.

A troca de prisioneiros entre Israel e o grupo islâmico Hamas, com mediação do Egito, aconteceu sem incidentes, nesta terça-feira.

O soldado israelense Gilad Shalit, sequestrado em 25 de junho de 2006 por militantes da Faixa de Gaza na fronteira com Israel, foi libertado em troca de 477 presos palestinos como parte de um acordo firmado há uma semana que prevê a libertação de um total de 1027 palestinos.

Primeiras Imagens

A troca começou com a libertação de 27 mulheres para o Egito.

Só depois que elas deixaram Israel, o Hamas libertou Shalit, de onde saíram as primeiras imagens dele fora do cativeiro.

Ainda no Egito, Shalit deu uma breve entrevista a uma repórter egípcia, na qual ele disse ter ficado com “saudades de sua família e seus amigos e de simplesmente conversar com as pessoas, dando a entender que ficou cinco anos e meio sozinho”, numa espécie de solitaría dentro de um bunker.

Primeiro-Ministro, Família

Por volta das 11h (horário local), Shalit finalmente cruzou a fronteira com Israel, foi examinado por médicos e se encontrou com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, além da própria família.

Em discurso, Netanyahu afirmou que “o dia é de alegria e de dor para israelenses, enfatizando que foi difícil tomar a decisão” de libertar o que ele chamou de terroristas em troca de um soldado.

Assim que Shalit cruzou a fronteira, Israel libertou os outros 450 prisioneiros.

Cerca de 250 deles foram recebidos com festa na Faixa de Gaza. Segundo a mídia, mais de 300 mil pessoas estão nas ruas comemorando a libertação.

Cem foram para a Cisjordânia e 100 foram exilados para países como Turquia e Síria.

Em discurso, o presidente palestino, Mahmoud Abbas, prometeu que também lutará para soltar os outros 6 mil palestinos presos em cadeias israelenses, mas através de negociação e de diplomacia.