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Capoeira ajuda crianças palestinas na Cisjordânia

Capoeira ajuda crianças palestinas na Cisjordânia

Projeto da Unrwa e da ONG Bidna Capoeira já beneficiou 480 refugiados incluindo meninos e meninas de Ramallah e de Jerusalém.

[caption id="attachment_205672" align="alignleft" width="300" caption="Capoeira ajuda crianças palestinas"]

Daniela Kresch, da Rádio ONU em Tel Aviv.

Capoeira e crianças carentes: a dobradinha está dando certo nos territórios palestinos.

A arte brasileira, que combina elementos de dança, acrobacia e música, foi adotada como instrumento psicológico pela Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos, Unrwa, que assinou um acordo de dois anos para ensinar o esporte a alunos de escolas da ONU na Cisjordânia.

Bem-Estar

Trata-se da segunda fase de um projeto conjunto entre a Unrwa e o grupo Bidna Capoeira, que começou em março deste ano e já beneficiou 480 crianças em campos de refugiados por toda a região.

As atividades ajudam no bem-estar físico e psicológico dos jovens, afetadas pelos conflitos que afligem o Oriente Médio.

É o que atesta Patrizia Giffone, consultora psicológica do Campos de Refugiados de Al Tanf, na Síria, onde o grupo Bidna também já atuou.

Agressividade reduzida

Segundo Patrizia, através da capoeira, as crianças têm a chance de expressar sua raiva e frustração, porque podem ser muito agressivas em situações como essa, além de isoladas. Patrizia acredita que a capoeira melhora a saúde das crianças nesse sentido.

No caso do projeto da Cisjordânia, estima-se que 70% dos participantes que aprenderam a arte brasileira melhoraram a qualidade de seus relacionamentos e tiveram seus comportamentos agressivos reduzidos, além de terem apresentado avanços no aprendizado.

Resultados

Tarek Alsaleh, um dos fundadores da Bidna Capoeira, falou sobre os resultados da primeira fase.

Ele conta que os resultados são impressionantes, que o grupo de capoeiristas conseguiram ótimos resultados junto às crianças. Tarek afirma que as crianças estão super felizes, treinando regularmente e apresentando muita melhora.

É o caso de Bashar, do campo de refugiados de Fawwar, perto de Hebron, que disse ter aprendido a se concentrar mais nos estudos através das técnicas da capoeira.

Agora, ele pratica o esporte diariamente no telhado de sua casa.

Raida, que também participou do projeto, conta porque se identificou com as aulas de capoeira.

Ela diz que gosta muito do projeto, dos movimentos, da música, das canções. Segundo ela, tudo é fantástico.

Expansão

Na segunda fase do projeto, estão sendo beneficiados centenas de meninos e meninas das escolas da Unrwa nos camos de refugiados de Suafat, em Jerusalém Oriental, e Jalazone, em Ramallah.

O diretor da Unrwa para a Cisjordânia, Thomas White, disse que a capoeira é um importante meio de expressão para crianças refugiadas, principalmente aqueles que enfrentam más condições econômicas e sociais.

O sucesso das aulas de capoeira no mundo árabe prova que a arte brasileira pode ser ensinada a crianças de culturas distantes e distintas.

Linguagem Universal

Para Tarek Alsaleh, música e dança são línguas universais que podem ser traduzidas para todas as culturas, principalmente a árabe.

O instrutor afirma que é culturalmente aceito pelos árabes e que é só tocar música que as crianças se aproximam, principalmente usando instrumentos locais. Tarek completa afirmando que a capoeira  une a comunidade, o que é o mais importante de tudo.

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