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ONU alerta para risco de escalada da pirataria na Costa Ocidental de África

ONU alerta para risco de escalada da pirataria na Costa Ocidental de África

Escritório da ONU sobre Drogas e Crime fala de crescente preocupação com notícias de que piratas estariam a assumir o controlo das águas da região.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A ameaça de acções piratas na Costa Ocidental de África devem ser levadas a sério, disse o director executivo do Escritório da ONU sobre Drogas e Crime, Unodc.

Falando à margem da Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque, Yuri Fedotov, disse haver crescente preocupação com notícias de que piratas estariam a assumir o controlo das águas da região.

Benim

Fedotov  reuniu-se com o Ministro dos Negócios Estrangeiros do Benim, Nassirou Bakou Arifari. De acordo com o Unodc, o país africano, em particular é alvo do maior número de acções de pirataria ao largo da sua costa, que poderá ter implicações no seu desenvolvimento e estabilidade.

O Golfo da Guiné, uma faixa da costa Ocidental africana que abrange mais de uma dezena de países tem grandes reservas de cacau, óleo e metais necessários para abastecer os mercados do mundo.

Contrabando

A agência da ONU fala de primeiros sinais da disposição dos piratas em atacar novas oportunidades e lucros. O fenómeno, aliado ao contrabando de drogas, e a incerteza política fizeram do Golfo da Guiné um ambiente difícil para investidores que procuram benefícios dos recursos naturais.

Juntas, a Unodc, a missão da ONU na África Ocidental, Unowa, e a Organização Marítima Internacional devem criar uma missão para avaliar a capacidade do Benim para combater a pirataria.

O apoio deve ser canalizado no âmbito da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, Cedeao, como parte do plano de acção regional para combater o narcotráfico e o crime organizado.

O Unodc observa que, apesar do fenómeno não ser comparável à África Oriental, um escalar das acções piratas no Golfo da Guiné, mal equipada para combater a ameaça, poderia interromper o transporte e o investimento.

O Conselho de Segurança já expressou preocupação com o aumento da pirataria, assaltos à mão armada marítima e relatórios sobre tomada de reféns no Golfo da Guiné. O órgão  alertou igualmente para o seu impacto sobre o comércio, segurança e actividades económicas na sub-região.