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Refugiados marfinenses na Libéria sem intenção de retornar

Refugiados marfinenses na Libéria sem intenção de retornar

Acnur abre novo campo para albergar 27 mil pessoas; refugiados marfinenses estão distribuídos em mais de 300 locais remotos ao longo da fronteira entre os dois países.

[caption id="attachment_204113" align="alignleft" width="350" caption="Novo campo de refugiados na Libéria pode abrigar até 27 mil"]

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Milhares de cidadãos  marfinenses que pediram refúgio na Libéria dizem não estar prontos para voltar para casa, afirmou, esta sexta-feira, o Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur.

A agência anunciou, em Genebra, a abertura de um novo acampamento com capacidade para albergar 27 mil pessoas. As novas instalações estarão dotadas de infra-estruturas e melhores serviços de distribuição mensal de alimentos, cuidados médicos, educação, água e saneamento.

Acolhimento

Os deslocados a serem transferidos foram acolhidos por comunidades que vivem perto da fronteira após terem fugido da violência pós-eleitoral na Côte d'Ivoire, também conhecida como Costa do Marfim.

Até ao final do ano, o Acnur diz esperar movimentar cerca de 50 mil, dos 300 diferentes locais remotos ao longo da fronteira, para seis campos na Libéria. A agência apontou desafios logísticos colocados por fortes chuvas sazonais e estradas lamacentas.

Estima-se que mais de 173 mil marfinenses tenham cruzado a fronteira para a Libéria, na sequência da instabilidade que se seguiu às eleições de Novembro passado. Outros 26 mil refugiados vivem em 12 outros países da África Ocidental.