Relatora da ONU espera que EUA façam mais contra violência doméstica
Rashida Manjoo citou caso de americana que teve três filhas assassinadas pelo ex-marido; crime ocorreu apesar de uma ordem judicial de afastamento, decretada em 1999.
[caption id="attachment_203647" align="alignleft" width="350" caption="Rashida Manjoo citou caso de americana que teve três filhas assassinadas"]
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.*
A relatora independente das Nações Unidas sobre Violência a Mulheres, Rashida Manjoo, afirmou que os Estados Unidos têm que se empenhar mais no combate ao problema.
Manjoo afirmou que o país “deve reavaliar mecanismos de proteção a vítimas e punição de agressores.” Segundo ela, quem “falhar na aplicação destes padrões terá de arcar com as consequências.”
Caminhão
A relatora baseou seu comunicado no caso da americana Jessica Lenahan que teve as três filhas assassinadas pelo ex-marido. O crime ocorreu após a obtenção de uma ordem judicial de afastamento, que proíbia que o ex-marido se aproximasse dela e das filhas.
Após o desaparecimento de suas filhas, Jessica fez oito ligações para a polícia do estado de Colorado, em menos de 24 horas, em 1999. O ex-marido dela, Simon Gonzales, invadiu a delegacia com um caminhão e morreu numa troca de tiros. Os policiais encontraram os corpos das três filhas de Jessica dentro do veículo.
Segundo a relatora, a polícia não teria respondido corretamente às chamadas telefônicas e teria ainda falhado em investigar as queixas de Jessica.
Após visitar os Estados Unidos, no início deste ano, para discutir o caso com autoridades e a própria Jessica Lenahan, a relatora da ONU afirmou ter “se deparado com a falta de uma legislação forte de proteção às vítimas da violência doméstica no país”.
*Apresentação: Luisa Leme, da Rádio ONU em Nova York.