Síria não poderá ser julgada por TPI, aponta promotor
Segundo Luís Moreno Ocampo, Conselho de Segurança da ONU tem autoridade para levar a questão síria ao Tribunal Penal Internacional.
[caption id="attachment_203445" align="alignleft" width="350" caption="Luís Moreno Ocampo é promotor-chefe do Tribunal Penal Internacional"]
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova York*
O promotor-chefe do Tribunal Penal Internacional, TPI, Luís Moreno Ocampo disse não ser de competência da instituição investigar as alegações de violações da Síria.
Em nota, emitida nesta sexta-feira, em Haia, Ocampo esclarece que o país não faz parte do Estatuto de Roma, que rege o tribunal.
Crimes contra a humanidade
O promotor diz ter recebido comunicações de várias partes, alegando a prática de crimes contra a humanidade, incluindo detenções arbitrárias, assassinatos e tortura de manifestantes pacíficos no país.
Entretanto, Ocampo aponta que, até ao momento, a Síria não aceitou a jurisdição do TPI. Ele esclareceu, entretanto, que o Conselho de Segurança tem autoridade para encaminhar a situação do país ao tribunal, “se considerar que a justiça irá contribuir para o estabelecimento da paz e segurança na Síria.”
Conselho de Segurança
Após uma missão no país, investigadores do Escritório dos Direitos Humanos da ONU recomendaram que o Conselho de Segurança levasse o caso da Síria a julgamento na instituição. O relatório do grupo indica que cerca de 1,9 mil civis teriam morrido desde o início da onda de protestos contra o governo, em Março deste ano.
O TPI lembra o carácter independente e permanente em processar pessoas investigadas sob acusações de graves crimes internacionais, nomeadamente genocídio, crimes de guerra e contra a humanidade.
*Apresentação Yara Costa, da Rádio ONU em Nova York.