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Trabalhadores migrantes no Iraque abandonados, sem comida ou salário BR

Trabalhadores migrantes no Iraque abandonados, sem comida ou salário

OIM diz que empresas privadas no país são obrigadas a proteger funcionários estrangeiros; dezenas buscam assistência humanitária.

Yara Costa, da Rádio ONU em Nova York.

Agências humanitárias no Iraque dizem que estão alarmadas com o crescente número de trabalhadores migrantes que procuram ajuda e proteção depois de terem sido abandonados por empresas privadas na capital, Bagdá.

Em várias visitas realizadas em canteiros de obras, a Organização Internacional para Migrações, OIM, constatou que os migrantes estão vivendo aglomerados, em espaços escuros, sujos e sem ventilação.

Milhares não têm comida, nem dinheiro para que possam retornar aos seus países de origem.

Assistência humanitária

Um grupo de 35 trabalhadores ucranianos e búlgaros deixados em situação desesperadora pela sua entidade patronal no Iraque estão recebendo comida, água e assistência médica da OIM.

Eles são parte de um grupo original de 217 migrantes, incluindo nepaleses, recrutados para trabalhar em um projeto de construção dentro da região internacional de Bagdá, em dezembro de 2010.

Sem Documentos

A promessa feita aos contratados foi de um salário no valor de US$ 2,500 ou mais de R$ 4 mil, mas até agora, apesar das várias horas de trabalho durantes meses, eles só receberam centenas de dólares.

Quando um sub-empreiteiro fugiu, o trabalho no canteiro de obras parou, deixando os migrantes sem dinheiro ou condições, aponta a agência.

O empregador também não obteve as licenças necessárias, como havia sido prometido e os migrantes se tornaram automaticamente trabalhadores sem documentos.

A OIM apela às empresas privadas no Iraque a honrarem as obrigações de cuidar dos seus trabalhadores estrangeiros e cumprirem com as leis trabalhistas.