Alto comissário da ONU para refugiados em visita ao Brasil até esta quarta
O ex-primeiro-ministro português. António Guterres, se reúne com estrangeiros acolhidos pelo Brasil; país tem cerca de 4 mil refugiados e reassentados.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.
O chefe do Alto Comissariado para Refugiados das Nações Unidas, António Guterres, está realizando uma visita oficial ao Brasil até esta quarta-feira.
Guterres, que foi primeiro-ministro de Portugal, está se reunindo com o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, em Brasília.
África e América do Sul
Esta é a segunda viagem oficial de António Guterres ao Brasil. Ele está conhecendo de perto o dia-a-dia de refugiados e assentados no país. A maioria deles é da África e da própria América do Sul.
Nesta entrevista à Rádio ONU, no mês passado, Guterres lembrou levas anteriores de refugiados ao Brasil, como por exemplo durante a guerra civil em Angola, o país de língua portuguesa, no sul da África.
“Houve em um dado momento, a conta da guerra em Angola, um número significativo de refugiados que vieram da Angola. Mas é necessario dizer que a esmagadora maioria, mais de 450 mil regressaram a Angola. Estamos neste momento a trabalhar com o governo angolano para que os grupos que ficaram de forma desigual na República Democrática do Congo, ou na Zâmbia, ou em outros países, possam também regressar.”
Legislação
Segundo o escritório do Acnur em Brasília, existem mais de 4 mil estrangeiros acolhidos pelo Brasil com status de refugiado ou assentado.
O alto comissário da ONU também participa de uma sessão extraordinária no Comitê Nacional para os Refugiados, Conare.
De acordo com o Acnur, a legislação brasileira de refúgio é uma das mais abrangentes do mundo. Para este ano, o governo teria prometido ao órgão o equivalente a mais de R$ 5,6 milhões.