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Banco Mundial quer retenção de quadros de saúde em Moçambique

Banco Mundial quer retenção de quadros de saúde em Moçambique

De acordo com autoridades locais, mais de 75% dos médicos especializados estão concentrados na capital do país; mais da metade de profissionais deixaram o sector público.

[caption id="attachment_202538" align="alignleft" width="350" caption="Falta de serviços nas áreas rurais "]

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Moçambique.

Moçambique tem mais de dois terços dos médicos especializados concentrados na capital, Maputo, numa situação que cria um vazio de serviços nas áreas rurais, disse o Banco Mundial citando dados das autoridades locais.

Nos últimos cinco anos, mais da metade dos profissionais com os níveis de mestrado e doutoramento em saúde pública deixaram o sector em busca de melhores salários em organizações internacionais e ONGs.

Questão de Desenvolvimento

Sem revelar detalhes, a instituição financeira disse saudar o facto de ser associada à busca de soluções para o que considera grande questão de desenvolvimento.

O director do Banco Mundial para Moçambique, Angola, e São-Tomé e Príncipe, Laurence Clarke, apontou o problema como tendo “inúmeras ramificações para a agenda de desenvolvimento e luta contra a pobreza.”

Objectivos de Milénio

Um plano de cinco anos, para aumentar o número de profissionais de saúde e melhorar a distribuição geográfica, foi concebido pelas autoridades de Saúde de Moçambique. A iniciativa visa alcançar os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio até 2015.

De acordo com a nota, entre os principais problemas de recursos humanos estão salários baixos, falta de incentivos, condições socioeconómicas inadequadas nas províncias e falta de sistema de desenvolvimento de carreira.

Especialistas internacionais e delegados ministeriais de países africanos e do Brasil, juntaram-se recentemente aos seus homólogos moçambicanos, numa iniciativa Sul-Sul para debater questões de recursos humanos no sector da saúde.