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Unesco condena assassinato de jornalista em Cuiabá BR

Unesco condena assassinato de jornalista em Cuiabá

Auro Ida, fundador e colunista do site MidiaNews, morreu após levar seis tiros no dia 22 de julho; segundo colega, apesar de escrever sobre temas “polêmicos”, polícia trabalha com hipótese de crime passional.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

A diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, condenou nesta sexta-feira o assassinato do jornalista brasileiro Auro Ida. Ele foi morto no dia 22 de julho, na cidade de Cuiabá.

Segundo Bokova, “o uso da violência para impedir jornalistas de exercerem o direito básico da liberdade de expressão é inaceitável” e afirmou ser “essencial que as autoridades levem os assassinos à justiça”.

Motivação

Auro Ida, 53 anos, era o fundador e colunista do site MidiaNews. Ele e a namorada estavam no carro, na periferia de Cuiabá, capital do Mato Grosso, quando foram abordados por um rapaz, que pediu para a mulher sair do veículo e entrar em casa. Auro Ida foi morto à queima roupa com seis tiros. O autor dos disparos fugiu em uma bicicleta.

Em entrevista à Rádio ONU, de Cuiabá, o editor do site MidiaNews, Antônio de Souza, contou que Auro Ida escrevia sobre assuntos “polêmicos”.

Críticas

“Ele era um repórter bastante conhecido e polêmico. As matérias eram sobre assuntos diversos, política de um modo geral, principalmente partidária. E ele não deixava de criticar alguns fatos na área”, explicou.

Apesar do teor das reportagens que escrevia, Antônio de Souza afirma que a polícia trabalha com uma outra linha de investigação: a de crime passional.

Outros Casos

“A polícia nunca admitiu a hipótese de crime político. Ela trabalha com a hipótese de crime passional”, disse.

A nota de pesar da Unesco lembra ainda que segundo o Comitê de Proteção dos Jornalistas, Auro Ida foi o quarto profissional de imprensa assassinado neste ano no Brasil.