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Destruição no Haiti ainda é “muito visível”, diz enviada da ONU BR

Destruição no Haiti ainda é “muito visível”, diz enviada da ONU

Em visita ao país, vice-alta-comissária de Direitos Humanos da ONU, Kyung-wha Kang, conferiu problemas relacionados aos direitos humanos na ilha e a destruição após o terremoto de janeiro de 2010.

[caption id="attachment_200619" align="alignleft" width="350" caption="vice-alta-comissária de Direitos Humanos da ONU alerta para crimes contra crianças no Haiti"]

Daniela Gross, da Rádio Onu em Nova York.

Dezoito meses após o terremoto que atingiu o Haiti matando pelo menos 200 mil pessoas, o país continua enfrentando os estragos causados pelo sismo. Numa visita à ilha, que se encerra nesta quinta-feira, a vice-alta-comissária de Direitos Humanos da ONU, Kyung-wha Kang, disse que a destruição na ilha caribenha ainda “continua muito visível.”

Para ela, “não é possível esperar que a ajuda humanitária possa resolver toda a situação complexa de direitos humanos que já existem no Haiti por muito tempo.”

Desalojados

A estimativa é que  690 mil Haitianos ainda continuem vivendo em acampamentos por causa do terremoto em 2010, e também devido ao tornado que afetou o país em abril deste ano. De acordo com a ONU, agências humanitárias tiveram que deixar a região por falta de fundos, e as condições na área continuam piorando.

Na primeira visita dela ao país, Kang conferiu pessoalmente uma ponte que separa o Haiti da República Dominicana. A área é conhecida como um ponto de tráfico de pessoas, principalmente crianças para suprir a demanda para o trabalho infantil e a prostituição.

Tráfico de Crianças

A enviada especial fez um apelo urgente para a proteção das crianças e que para o Parlamento de prioridade na criação de leis que impeçam este tipo de crime.

Durante uma passagem em uma prisão no Forte Liberté, Kang disse que nunca tinha visto condições tão ruins em um presídio. “Prisioneiros vivem em um espaço médio de cerca de 0,5 Km2. A lotação e as condições degradantes, pouca condições de higiene, alimentos e acesso a serviços médicos são chocantes”, comentou.

Mulheres

A enviada especial também chamou atenção para a situação das mulheres no Haiti, que antes mesmo do terremoto, já sofriam com a violência doméstica e estupros.

Em encontro com o novo presidente do Haiti, Michel Martelly, Kang disse que a forte liderança dele em relação aos direitos humanos “é central na abordagem, de falhas sistemáticas no estado de direito e em providenciar um sólido progresso de desenvolvimento econômico e iniciativas de recontrução.