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Países subdesenvolvidos devem exportar algodão com valor agregado

Países subdesenvolvidos devem exportar algodão com valor agregado

Desafio foi colocado aos participantes da conferência para a revitalização do sector realizada no Benim; 27 países africanos produzem a matéria-prima.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU, em Nova Iorque.

Exportar o algodão na forma de valor agregado é o desafio a ser abraçado pelos países subdesenvolvidos que produzem a matéria-prima, aponta o economista Carlos da Silva da Organização da ONU para a Agricultura e Alimentação, FAO.

Falando à Rádio ONU, de Roma, após o encontro que reuniu especialistas, governantes africanos e parceiros de desenvolvimento em torno da revitalização do sector, na capital do Benim, Cotonou, Silva falou das perspectivas do sector algodoeiro.

Sistema de Classificação

“É um dos grandes desafios para os países em desenvolvimento. Temos trabalhado com a questão de fortalecer a agregação valor nos países para que não exportem a matéria-prima in natura. Por uma questão de melhor sistema de classificação, até na forma de têxteis no caso de algodão. Para deixar no país, não apenas o valor da produção agrícola por sí, mas também o valor agregado na forma de produtos finais. Esse será o próximo desafio, uma vez que se conseguir equacionar a questão da produtividade, ampliar esses rendimentos e trabalhar as cadeias produtivas pode-se perseguir a agregação de valor na produção”, sublinhou.

Face às previsões do “aumento da procura de algodão por parte dos países desenvolvidos”, o economista, que trabalhou em Moçambique, abordou os desafios para países de expressão portuguesa com experiência no desenvolvimento da cultura do algodão, como Angola.

O continente africano conta com 27 países produtores de algodão, sendo 20 integrantes do grupo dos Países Menos Avançados.