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Chefe dos direitos humanos critica China por receber Omar al-Bashir

Chefe dos direitos humanos critica China por receber Omar al-Bashir

Relativamente à recepção do presidente do Sudão, indiciado por crimes de guerra e contra a humanidade, Navi Pillay diz que Pequim está a faltar a compromisso internacional de combater a impunidade.

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Eleutério Guevane, da Rádio ONU, em Nova Iorque.

A alta comissária dos direitos humanos, Navi Pillay, criticou a China por acolher o presidente sudanês, Omar al-Bashir, e ter “fracassado em fazer cumprir o mandado de prisão contra o líder sudanês.” As declarações foram feitas, esta quinta-feira, numa conferência de imprensa em Genebra.

O mandado de prisão contra o chefe de Estado do Sudão foi o primeiro emitido pelo Tribunal Penal Internacional, TPI, contra um presidente em exercício. Al-Bashir foi indiciado por crimes de guerra e contra a humanidade cometidos na província sudanesa de Darfur. Ele nega as acusações.

Conversações

De acordo com agências noticiosas, o presidente sudanês manteve conversações, esta quarta-feira, em Pequim, com o seu homólogo chinês, Hu Jintao. Segundo as agências, a China é o maior parceiro do Sudão, e adquire mais de metade do petróleo produzido no país africano.

Navi Pillay diz que ao ter falhado em prender al-Bashir, a China estava a faltar o compromisso internacional de combater aa impunidade e trazer justiça aos acusados de crimes contra a humanidade.

Reacção

Reagindo às declarações, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês disse que o país “não é signatário do estatuto de Roma e tem sérias reservas em relação processo contra o presidente al-Bashir.” A nota aponta ainda que o presidente sudanês “visitou vários países e foi calorosamente recebido. Como líder de um país amigo da Chima é também bem-vindo” ao país.

De acordo com a alta comissária, a China pode fazer mais para a promoção dos direitos humanos no mundo e com os países com os quais estabelece ligações comerciais.

De acordo com dados da ONU, cerca de 300 mil pessoas foram mortas e 2,7 milhões deslocadas nos últimos sete anos em Darfur.