Perspectiva Global Reportagens Humanas

Lançada campanha contra abuso sexual nas escolas moçambicanas

Lançada campanha contra abuso sexual nas escolas moçambicanas

Iniciativa visa “acabar com a cultura de silêncio” das vítimas; mais de metade das raparigas casam-se antes dos 18 anos e quatro em cada dez são mães ou gestantes.

 

[caption id="attachment_199878" align="alignleft" width="350" caption="Tolerância zero ao abuso"]Manuel Matola, da Rádio ONU em Maputo.   O governo de Moçambique lançou, esta quarta-feira, uma campanha contra o abuso sexual com vista a “acabar com a cultura de silêncio” das raparigas nas escolas. A iniciativa é patrocinada pelo Fundo da ONU para a Infância, Unicef. Denominada “Não dá para Aceitar: Tolerância Zero ao Abuso Sexual”, o movimento visa assegurar que alunos e alunas saibam proteger-se da violência através de jogos e actividades interactivas. Figuras Influentes Figuras influentes como o antigo presidente da República, Joaquim Chissano, e a ex-primeira ministra Luísa Diogo, que integra o painel de sustentabilidade global da ONU, participam na acção. Em 2010, as autoridades policiais moçambicanas registaram 5 mil casos de abusos sexuais contra crianças. Realidade Falando no acto do lançamento da campanha, a especialista de protecção à criança do Unicef em Moçambique, Mariana Muzzi, considerou que os números representam uma parcela muito pequena da realidade. Sabemos que os casos que chegam à polícia são muito pequenos face ao número enorme de crianças que estão a sofrer violência no país diariamente. O apelo que se faz aqui é para denunciar”, afirmou. Violência Segundo o Ministério da Educação de Moçambique, os menores moçambicanos continuam sujeitos a diferentes formas de violência nas suas próprias casas, escolas e comunidades. Dentre elas, estão negligência deliberada, violência psicológica, física ou sexual. Dados do Unicef referem que 52% das raparigas moçambicanas casam-se antes dos 18 anos e cerca de 40% das adolescentes entre 15 e 19 anos são mães ou gestantes.