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Aprovada ‘resolução histórica’ sobre direitos das empregadas domésticas

Aprovada ‘resolução histórica’ sobre direitos das empregadas domésticas

Tratado da OIT prevê carga horária razoável, descanso semanal de pelo menos 24 horas consecutivas e condições de trabalho idênticas a de outros funcionários; mundo tem 100 milhões de domésticas.

[caption id="attachment_198274" align="alignleft" width="350" caption="Adoção da resolução deve regularizar cerca de 50 milhões."]

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A Organização Internacional do Trabalho, OIT, aprovou esta quinta-feira uma resolução para equiparar os direitos de empregadas domésticas às condições de outros trabalhadores.

A adopção do documento, considerada histórica, deverá regularizar a situação de mais da metade das 100 milhões de domésticas em todo o mundo.

Sistema de Padrões

O director-geral da OIT, Juan Somavia, disse que a medida leva o sistema de padrões da agência, pela primeira vez, à economia informal.

Pela resolução, empregadas domésticas devem ter uma carga horária razoável, descanso semanal de 24 horas consecutivas além de outros direitos equiparados aos demais trabalhadores.

Regulamentação

Falando à Rádio ONU de Genebra, antes da aprovação, o vice-chefe da Comissão Económica para América Latina e Caraíbas, Antônio Prado, que participou da conferência, abordou o impacto da resolução.

“O importante é que, pela primeira vez, terá uma convenção que regulamenta e cria as referências gerais desse tipo de relação de trabalho que é sempre bastante difícil e que não está regulamentada na maioria dos países”, explicou.

A OIT espera que as novas regras beneficiem dezenas de milhares de empregadas em todo o mundo.

Os delegados adoptaram a Convenção sobre os Trabalhadores Domésticos por 396 votos a favor e 16 contra com 63 abstenções.