ONU quer que sejam quebrados mitos sobre doenças crónicas
Vice-secretária-geral aponta que maior impacto é sentido no mundo em desenvolvimento; quatro em cada cinco pessoas sofrem de doenças crónicas.
[caption id="attachment_198268" align="alignleft" width="350" caption="Clínica em comunidade rural do Senegal."]
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
É necessário quebrar o mito que doenças crónicas são para ricos, disse esta quinta-feira, a vice-secretária-geral da ONU, Asha-Rose Migiro.
Discursando em Nova Iorque, na abertura de um encontro da Assembleia Geral sobre doenças crónicas, Migiro afirmou que o evento deve resultar num maior compromisso para abordar a ameaça à saúde pública.
A Organização Mundial da Saúde, OMS, cerca de 36,1 milhões de pessoas morreram, em 2008, devido à doenças como hipertensão, tromboses, doenças respitórias cancros e diabéticas. Cerca de 80% das mortes ocorreram em países de média e baixa renda.
Doenças
De acordo com a ONU, nos países pobres, quatro em cada cinco pessoas sofrem de pelo menos uma doença crónica.
Entre os delegados contam-se académicos, médicos especialistas, líderes comunitários, filantropos e empresários de todo o mundo.
Formação
Em declarações à Rádio ONU, antes do evento, o ministro da Saúde de Angola, José Van-Dúnem, realçou a aposta do seu país na formação de médicos e coordenação entre ramos da saúde, para reduzir o número de deslocações de angolanos ao exterior, para tratar doenças crónicas.
“As doenças não-transmissíveis como o cancro, diabetes e doenças cardiovasculares, com destaque para a hipertensão, incluindo o trauma resultante dos acidentes rodoviários, estão a ser tratados ao nível de grandes hospitais. Esta articulação entre os vários níveis – primário, secundário e terciário - vai fazer com que as causas que levam os angolanos a ir para o exterior diminuam significativamente e que o grau de satisfação possa aumentar”, assinalou.
Impacto
No seu pronunciamento, a vice-secretária-geral apontou várias implicações das doenças crónicas, consideradas a maior causa de morte a nível global com maior impacto nos países em desenvolvimento.
Ela lembrou que a realização de uma cimeira sobre doenças crónicas, em Setembro, torna-se oportunidade para globalizar a campanha contra as doenças que constituem uma “ameaça ao bem-estar de sociedades inteiras.”