Perspectiva Global Reportagens Humanas

Tensão cria dificuldades de acesso a alimentos no Kordofan-Sul, aponta o PMA

Tensão cria dificuldades de acesso a alimentos no Kordofan-Sul, aponta o PMA

Agência da ONU diz ter distribuído mantimentos a mais de 26,5 mil pessoas; Secretário-Geral pede cessação imediata dos confrontos no estado sudanês.

[caption id="attachment_198230" align="alignleft" width="350" caption="Refugiados próximos a Kadugli, no Kordofan-Sul."]

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O Programa Mundial da Alimentação, PMA, anunciou, esta quinta-feira, a distribuição de mantimentos a mais de 26,5 mil pessoas no estado sudanês do Kordofan-Sul. Na região prosseguem confrontos entre Exércitos do norte e do sul do Sudão.

A agência anunciou a impossibilidade de ter acesso a 620 toneladas de alimentos, armazenados na capital do estado, Kadugli, devido à situação de insegurança. Nos últimos sete dias, o PMA diz ter distribuído alimentos a 8,5 mil pessoas abrigadas no exterior do acampamento da ONU.

Riscos

Nesta quarta-feira, o Secretário-Geral pediu a “cessação imediata dos confrontos que causaram várias mortes, desalojaram dezenas de milhares e colocaram em risco a vida do pessoal da ONU.”

Em comunicado, Ban Ki-moon manifesta preocupação com a deterioração da situação de segurança e o escalar da violência na região. Confrontos iniciados no princípio do mês, opõem as Forças Armadas do Sudão e o Exército Popular de Libertação do Sudão, Spla, do sul.

Bombardeamentos

Durante a semana passada, foram reportados bombardeamentos aéreos ocorridos em Kadugli e vilas circunvizinhas.

A coordenadora adjunta da ONU para a Assistência Humanitária, Catherine Bragg, negou informações sobre a evacuação do pessoal da organização devido à violência no Kordonfan-Sul. Em conferência de imprensa, em Nova Iorque, Bragg explicou que parte dos funcionários foi transferida, enquanto outros não conseguiram deixar o acampamento.

A recente onda de violência ocorre quando a região semi-autónoma do sul-do Sudão prepara-se para se tornar estado independente a 9 de Julho, conforme o resultado do referendo realizado em Janeiro como parte do Acordo Abrangente de Paz que pôs termo à guerra civil de duas décadas com o norte.