Perspectiva Global Reportagens Humanas

Grupo de acção para proteger elefantes e rinocerontes

Grupo de acção para proteger elefantes e rinocerontes

A equipa foi criada pela Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e da Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção; cerca de 25 toneladas de marfim foram contrabandeadas em África e Ásia em 2009.

[caption id="attachment_197453" align="alignleft" width="350" caption="Contrabando para retirada do marfim"]

Daniela Gross, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

Um grupo de trabalho composto por representantes de autoridades de protecção da vida selvagem foi criado, no Quénia, para proteger elefantes e rinocerontes. Na reunião foram discutidas acções urgentes contra o crime organizado na área.

Representantes de 12 países, incluindo  Moçambique, China, Etiópia, África do Sul e Filipinas participaram no encontro, promovido pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, em Nairobi. O encontro contou igualmente com a presença de investigadores especializados na área, oficiais de parques nacionais e da polícia.

Comércio Ilegal

A equipa da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e da Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção tem como objectivo impedir o comércio ilegal de marfim e do corno de rinocerontes.

Apesar de algumas acções de sucesso no combate ao crime organizado, o contrabando de elefantes para a retirada do marfim e do corno de rinoceronte ainda continua elevado.

De acordo com o Pnuma, pessoas envolvidas no comércio ilegal também continuam a serem libertadas, mesmo quando detidas nas fronteiras com cargas ilegais.

Só em 2009, mais de 25 toneladas de marfim que seriam contrabandeadas da África e da Ásia foram interceptadas por agentes alfandegários. Relativamente à caça ilegal dos rinocerontes, a actividade mais que dobrou na África do Sul nos últimos dois anos, colocando a população total de 21 mil rinocerontes do país sob pressão.

Dinâmicas do Mercado

As dinâmicas do mercado ilegal de elefantes e rinocerontes ainda são desconhecidas, de acordo com o Pnuma. Durante o encontro, o Banco Mundial comprometeu-se em oferecer a ajuda de especialistas na área de combate ao branqueamento de capitais e recuperação de activos para ajudar a combater o fenómeno.

Na reunião também foram discutidas as novas demandas do mercado. O corno de rinoceronte é usado na maior parte dos casos para a produção de medicamentos tradicionais. Rumores de que os cornos também são eficazes no tratamento do cancro também podem ter aumentado a demanda. Já o marfim é basicamente utilizado como material decorativo.

Interpol

O gestor de Crimes Ambientais da Interpol, David Higgins, que também participou da reunião, disse que “o comércio ilegal de animais selvagens pode ter um efeito significativo na economia e segurança dos países.”

Higgins acrescentou ainda que os gangues envolvidos neste tipo de crime são altamente armados, e que as actividades ilegais podem levar à redução dos receitas do turismo das nações.

*Apresentação: Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.