Secretário-Geral avança aposta no número de infeções, discriminação e mortes; Timor-Leste é citado pelo exemplo de altos funcionários da ONU em testarem para detectar o HIV.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O Secretário-Geral da ONU salientou, esta terça-feira, que na questão do combate ao Sida a meta é zero no número de infecções, discriminação e mortes relativas à doença.
Ban Ki-moon discursava no Conselho de Segurança, após a aprovação da resolução 1983 sobre o Impacto do HIV/Sida na Paz e Segurança
Internacional. Ele citou o exemplo de Timor-Leste no combate à doença.
Ban contou que o seu antigo representante especial, o adjunto e o comissário da polícia da missão da ONU no país lusófono, no sudeste da Ásia, efectuaram o teste de HIV para incentivar a população na prevenção à doença.
Líderes
Lembrando que a questão tem sido levantada com líderes internacionais, tanto por ele como por altos funcionários da ONU, Ban falou dos progressos do Conselho em discussões relativas à pandemia.
O Secretário-Geral recordou que, actualmente, o departamento de manutenção da paz e vários governos treinam os capacetes azuis e militares de vários países para que façam a diferença no combate à Sida.
Testes de Capacetes Azuis
Em cinco anos, o número de capacetes-azuis testados subiu de 2 mil para 14 mil. Ban realçou o papel dos soldados da paz, não mais considerados como parte do risco, mas da prevenção, tratamento e cuidados.
Segundo afirmou, os capacetes azuis trabalham para que pessoas recuperem da guerra e não tenham de recuperar de doenças.
Treinamento
O Secretário-Geral deu o exemplo da Costa do Marfim, com o maior índice de prevalência de HIV da África Ocidental, onde a missão da ONU no país, Onuci, co-patrocinam o treinamento de forças policiais e militares em HIV e questões de género e de igualdade.
Ban chamou a atenção para a ocorrência de estupros como armas de guerra e a vulnerabilidade de mulheres e raparigas como vítimas, pedindo a atenção dos países em campanhas pelos direitos das mulheres e contra a violência sexual.
Além de diplomatas dos 15 Estados-membros, a sessão presidida pelo presidente do Gabão, Ali Bongo, contou com a presença do presidente nigeriano, Goodluck Jonathan e o vice-presidente sul-africano, Kgalema Motlante.
A partir desta quarta-feira, vários líderes mundiais reúnem-se, em Nova Iorque, para discutir os progressos alcançados na luta contra a doença.