Acnur pede assistência à Otan e companhias de transporte marítimo que operam no Mar Mediterrâneo.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova York.*
Mais de 1,4 mil migrantes provenientes da Líbia desapareceram nos últimos dois meses, em consequência de naufrágios no Mar Mediterrâneo, apontou esta terça-feira o Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur.
De acordo com a agência, a maior parte das vítimas tenta fugir- por via marítima e em embarcações superlotadas- dos confrontos entre forças pró e contra o líder Muammar Kadafi, iniciados em março.
Assistência
O número inclui também os cerca de 600 desaparecidos do barco que afundou na sexta-feira, logo após terem partido da capital líbia, Trípoli.
Agências humanitárias apelaram à Organização do Tratado do Atlântico Norte, Otan e companhias de transporte marítimo que operam no Mar Mediterrâneo que prestem auxílio aos migrantes.
Em declarações à Rádio ONU, de Paris, o porta-voz do Acnur, William Spindler, disse que o destino dos migrantes é a ilha italiana de Lampedusa ou Malta, em barcos sem segurança.
Refugiados
"É muito importante nestas circunstâncias responder às situações de perigo, e quando as pessoas pedem ajuda, devem ser salvas. Por isso, os países do Mediterrâneo devem responder de uma maneira pronta e ativa a todos os pedidos de ajuda das embarcações de refugiados."
O Acnur refere que o número total de mortos continua desconhecido, apesar de terem sido recuperados 16 corpos. Acredita-se que a maioria dos migrantes seja proveniente da África Subsaariana.
De acordo com o Acnur, 12,3 mil migrantes chegaram a Lampedusa e Malta nos últimos meses, provenientes da Líbia.
*Apresentação: Yara Costa, da Rádio ONU em Nova York.