Agência defende que o sistema de segurança alimentar do país foi severamente interrompido pelo conflito; paralisação de portos e falta de combustíveis agravam receios de crise.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
Os alimentos estão à beira de esgotar na Líbia se não forem tomadas medidas para repor os stocks em até dois meses, referiu esta quinta-feira o Programa Mundial de Alimentação, PMA.
Em conferência de imprensa, em Genebra, o director regional do PMA para o Norte de África e Médio Oriente, Daly Belgasami, disse que o sistema de segurança alimentar do país foi severamente paralisado.
Segundo o responsável, a população líbia está em risco de uma crise de segurança alimentar alarmante, dentro de 45 a 60 dias.
Carência
A Líbia é incapaz de importar alimentos suficientes devido à interrupção das actividades nos portos, falta de combustíveis e fundos, alertou Belgasami.
O anúncio segue-se a relatos de agências noticiosas apontando para a continuação de confrontos na cidade de Misrata, opondo as forças governamentais e rebeldes. Os combates seguiram-se a protestos ocorridos em Fevereiro, exigindo que o líder Muammar Kadafi abandone o poder.
Vítimas
Estimativas da ONU apontam para a morte de centenas de pessoas além de mais de 500 mil desalojados.
No fim-de-semana, o PMA descarregou mais de 500 toneladas métricas de alimentos, para beneficiar 23 mil pessoas, num carregamento que incluíu três ambulâncias e outros artigos médicos.