Numa resolução unânime, os 15 membros do Conselho impuseram limitações a ex-presidente Laurent Gbagbo e a membros de sua família além de pessoas da sua confiança; ONU pede o fim imediato da violência contra civis no país.
João Rosário, da Rádio ONU em Lisboa.
O Conselho de Segurança da ONU adoptou por unanimidade, esta quarta-feira, uma resolução em que exige o fim imediato da violência contra civis na Cote d'Ivoire e impõe sanções ao antigo presidente, Laurent Gbagbo, à sua mulher e a três colaboradores.
São responsabilizados por obstruírem a paz e a reconciliação no país. O Conselho de Segurança volta a pedir ao ex-presidente que se retire, um apelo que tem repetido desde as eleições de há cinco meses.
Crise
Desde a realização das eleições presidenciais em Novembro, que a Cote d´Ivoire, país também conhecido como Costa do Marfim, tem vivido em situação de crise. A ONU e a comunidade internacional reconhecem como vencedor das eleições Alassane Ouattara mas o presidente em exercício e rival, Laurent Gbagbo, recusa-se a deixar o poder.
Responsáveis da ONU estão a acompanhar o aumento das preocupações sobre a situação na Cote d'Ivoire, onde há pelo menos 1 milhão de pessoas deslocadas desde que começaram os confrontos entre os apoiantes dos dois opositores.
Cerca de 500 pessoas são dadas como mortas. A ONU diz que há sinais de um aumento da intensidade da violência, nomeadamente através do uso de armas pesadas.
Resolução
Segundo o texto da resolução, o Conselho de Segurança "condena nos termos mais veementes a recente escalada da violência pelo país e que pode resultar em crimes contra a humanidade".
O Conselho condena a utilização da estação de TV nacional e outros órgãos de comunicação social para incitar à discriminação, à hostilidade, ao ódio e à violência, incluindo contra a Missão de Manutenção de Paz da ONU na Côte d'Ivoire, Onuci.
A Onuci tem sido alvo de actos violentos. Um helicópetero da ONU foi alvo de disparos e um autocarro das Nações Unidas foi apedrejado no inicio desta semana por manifestantes.