Grupo de Trabalho sobre Desaparecimentos Forçados e Involuntários aponta para fenómeno pode representar crime contra a humanidade no país norte-africano.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
A onda de desaparecimentos de pessoas na Líbia devido à violência política no país pode representar crime contra a humanidade. A declaração foi feita por um grupo de peritos das Nações Unidas no tema.
Em comunicado, emitido nesta quinta-feira, o Grupo de Trabalho sobre Desaparecimentos Forçados e Involuntários afirmou que está "profudamente preocupado com alegações de que centenas de pessoas teriam desaparecido nos últimos meses no país".
Paradeiro
A violência política na Líbia começou em Fevereiro, quando manifestantes saíram às ruas a exigir que o líder Muammar Kadafi deixasse o poder.
Segundo o Grupo de Trabalho, formado por cinco relatores independentes, a "prática sistemática de desaparecimentos forçados é, por sua própria natureza, um crime contra a humanidade".
De acordo com os relatos recebidos, centenas de pessoas teriam sido levadas para locais não-identificados, onde teriam sido torturadas, recebido tratamento cruel ou até mesmo executadas.
Na maioria dos casos, o paradeiro das vítimas continua desconhecido.
No sábado, uma aliança internacional começou a bombardear alvos ligados a Kadafi na Líbia para garantir a zona de exclusão aérea, prevista pelo Conselho de Segurança.