Até terça-feira contavam-se mais de 140 mil refugiados; migrantes da África Subsaariana são alvos de ataques.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
Mais de 140 mil refugiados que fogem da Líbia para o Egipto e Tunísia, levaram ao redobrar de esforços para o apoio aos civis e refugiados no país, disse esta terça-feira o Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur.
Segundo a agência, a situação que se seguiu aos protestos antigovernamentais está próxima de uma crise, com milhares de pessoas a precisar de ajuda para transporte de regresso aos seus países de origem. Cerca de 15 mil pessoas fogem diariamente do país.
Ataques a Africanos
Em entrevista à Rádio ONU de Paris, o porta-voz do Acnur, William Spindler, disse que africanos da região subsaariana estão a ser perseguidos por serem tidos como mercenários que estejam ao serviço do presidente Muammar Kadafi. Milhares de manifestantes exigem a sua retirada do poder.
Incerteza
"Por causa disso alguns migrantes ou refugiados africanos vivem na incerteza, não podem sair, movimentar-se ou buscar protecção por temor de serem atacados por esta confusão. (...) Temos uma equipa no interior da Líbia. São cerca de 20 pessoas sem a capacidade de apoiar os refugiados internos e estes precisam de um apoio importante", disse.
De acordo com o Acnur, nesta terça-feira foram montadas 500 tendas e espera-se que 12 mil pessoas sejam albergadas. Ele acrescentou que duas aeronaves vão chegar ao país com materiais de auxílio.
A organização disse estar a trabalhar igualmente para melhorar a situação sanitária em parceria com a Cruz Vermelha.