Acnur estima em 55 mil o número de regressados ao sul do Sudão, a três semanas do referendo sobre a situação da região.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
Cerca de 55 mil pessoas já regressaram ao sul do Sudão, a três semanas do referendo sobre a situação da região, disse o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugidos, Acnur.
Segundo a agência, o movimento dos sudaneses é feito por estrada, caminhos-de-ferro, barcos e aviões sendo organizado tanto pelo governo como de forma espontânea.
Momento de Espera
Nos campos de refugiados ao redor da capital sudanesa, Cartum, milhares de sulistas arrumam os seus pertences e aguardam para deixar a região.
Na semana passada, 35 mil refugiaos foram instalados no interior e nos arredores da região de Abyei.
Em declarações à imprensa, em Genebra, o porta-voz do Acnur, Adrian Edwards, disse esta sexta-feira que os novos regressados exigem um esforço adicional perante a já frágil situação humanitária da região.
Segundo Edwards, o sul do Sudão conta com mais de 215 mil deslocados, vítimas de confrontos tribais e de outras formas de insegurança, deste Janeiro deste ano.
Abrigo
Vários regressados de Cartum beneficiam de abrigo e auxílio humanitário com ajuda das autoridades locais.
A votação sobre a situação do sul do Sudão terá lugar a 9 de Janeiro e está prevista no Acordo Abrangente de Paz, assinado entre o governo sudanês e o antigo grupo rebelde do sul, Spla, que pôs termo a duas décadas de conflito entre o norte e o sul.
Desde a assinatura do acordo, 2 milhões de desalojados regressaram às suas comunidades no sul do Sudão e nas áreas de Abyei, Nilo Azul e Sul de Kordofa.
Outros 330 mil refugiados continuam exilados e a maioria beneficia do auxílio do Acnur.