A falta de chuva nos últimos anos tem prejudicado a agricultura de subsistência e causado problemas de malnutrição; as Nações Unidas pedem financiamento para responder às necessidades básicas das vítimas da catástrofe, tentando começar pela procura da causa da crise alimentar.
Susete Sampaio, da Rádio ONU em Nova Iorque.
A Organização das Nações Unidas lançou esta terça-feira um apelo de assistência para o Djibuti, no valor de US$ 39 milhões.
O objetivo é prestar assistência humanitária a 120 mil pessoas afetadas pela seca, que se prolonga naquele país do leste africano desde 2005.
Malnutrição aguda
Quatro anos sem ver chuva suficiente causaram a expansão da crise alimentar, com o aumento de casos de malnutrição, em particular nas crianças menores de cinco anos provenientes das zonas rurais.
No total, 25 mil crianças sofrem de malnutrição aguda, o que representa 20% das crianças nessa faixa etária a nível nacional.
A seca destruiu as colheitas de pequenos agricultores por dois anos consecutivos, enquanto mais de 70% do gado desapareceu, devido à falta de pastagens e forragens.
Neste momento, a ONU, em conjunto com o governo, parceiros, organizações e comunidades locais, tenta aproveitar o fundo disponibilizado pelo "Apelo para a Seca em Djibuti", para descobrir as necessidades mais diretas das vítimas da catástrofe.
Começar pela raiz
De acordo com a subsecretária-geral das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários e Coordenadora de Ajuda de Urgência, Valerie Amos, "os altos preços dos alimentos e o reduzido poder de compra tem feito com que muitos não possam alimentar as famílias". Por isso, considera que também é importante "descobrir as causas das crises alimentares consecutivas e melhorar a capacidade de resposta do país face a estas emergências".
O apelo da ONU pretende juntar bens essenciais, como comida, água, saneamento básico e cuidados de saúde para as vítimas da catástrofe natural. Os fundos conseguidos serão também destinados a reforçar e melhorar a capacidade do país a obter ajuda humanitária e a reforçar a recuperação agrícola.
O Djibuti já tinha recebido financiamentos de outro apelo em 2008, o que ajudou a fornecer ajuda alimentar através do Programa Alimentar Mundial, PAM e melhorou a assistência sanitária e nutricional na nação. Muitas dessas necessidades humanitárias continuam a ser atuais.