Nota destaca ‘pobreza e exclusão dos povos indígenas’ na América Latina; pelo menos 34 mapuches presos estão fazendo greve de fome em protesto contra lei antiterrorismo no Chile.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.
A Comissão Econômica para América Latina e Caribe, Cepal, com sede no Chile, afirmou esperar uma solução sobre a questão dos indígenas mapuche "que evite perda de vidas humanas".
A nota, emitida nesta terça-feira, em Santiago do Chile, destaca a situação de "pobreza e exclusão de povos indígenas" na América Latina.
Mulheres
Desde a quinta-feira passada, mais de 10 mapuches, a maioria mulheres, estão na sede da Cepal para chamar a atenção para a greve de fome de 34 indígenas presos no país.
Segundo a mídia chilena, os grevistas estão protestando contra uma lei antiterrorismo com base na qual eles teriam sido acusados de infrações após uma disputa por terra.
Nesta quarta-feira, a greve de fome completou 80 dias. Os ativistas querem conversações diretas com o governo.
Colonização
Na nota, a Cepal disse que "faz parte de um reconhecimento universal o fato que os povos indígenas tenham sofrido injustiças históricas como resultado, dentre outras coisas, da colonização e de haverem sido despojados de suas terras, territórios e recursos(...)"
A agência da ONU mencionou a Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas, de 2007, e o Convênio 169 da Organização Internacional do Trabalho sobre povos indígenas tribais em países independentes.
A maioria dos indígenas Mapuche do Chile vive na região de Araucania, no sul do país.
Ainda segundo a mídia chilena, o governo tem tentado resolver a questão, mas ressalta que a voz dos 34 grevistas não representaria a maior parte do povo mapuche.