Em discurso na Assembleia-Geral da ONU, Celso Amorim destaca também o lugar especial de África na diplomacia brasileira.
Carlos Araújo, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O ministro das Relações Externas do Brasil, Celso Amorim, pediu à comunidade internacional para não isolar nem abandonar a Guiné-Bissau.
Falando esta quinta-feira na abertura da série de debates da 65ª sessão da Assembleia-Geral da ONU, em Nova Iorque, Amorim disse que o seu país está preocupado com a situação naquela nação africana de língua portuguesa.
Estabilidade
"Não é por meio do isolamento, ou do abandono que a comunidade internacional logrará resolver os problemas que ainda persistem naquele país irmão. Precisamos de modalidades inteligentes de cooperação que promovam o desenvolvimento e a estabilidade e incentivem as indispensáveis reformas, sobretudo no que tange as forças armadas", disse.
No seu discurso, o ministro brasileiro destacou também o lugar especial que o continente africano ocupa na diplomacia brasileira. Ele revelou que desde que assumiu o poder, o presidente Lula fez 11 visitas à África, onde esteve em mais de 20 países.
Cooperação Sul-Sul
"Implantamos um escritório de pesquisa agrícola em Gana, uma fazenda modelo de algodão no Mali, uma fábrica de medicamentos antiretrovirais em Moçambique e centros de formação profissional em cinco países africanos", afirmou.
Celso Amorim falou ainda do papel do Brasil no Fundo de Redução da Pobreza, que também inclui a Índia e a África do Sul.
A iniciativa foi criada no quadro da cooperação Sul-Sul e já financiou projectos em vários Estados do continente, nomeadamente Cabo Verde, Guiné-Bissau, Burundi e Serra Leoa.