Philip Alston apresenta conclusões preliminares de visita de 10 dias ao país; ele afirma que número de assassinatos executados por criminosos contratados, gangues e outros grupos está em constante aumento, mas os responsáveis são cada vez menos capturados.
Daniela Traldi, da Rádio ONU em Nova York.
O nível de impunidade para assassinatos no Equador é extremamento alto, de acordo com o relator especial da ONU sobre execuções sumárias e arbitrárias, Philip Alston.
Ele apresentou nesta quinta-feira em Quito os resultados preliminares da missão de 10 dias realizada para investigar alegações de mortes extrajudiciais no país.
Círculo Vicioso
Segundo Alston, o número de assassinatos executados por criminosos contratados, gangues e outros grupos está em constante aumento, mas os responsáveis são cada vez menos capturados.
O relator ressaltou que, devido a esse círculo vicioso de impunidade, a população se sente insegura. Ele afirmou que os criminosos recebem valores inferiores a US$ 20, o equivalente a R$ 35, para realizar os serviços.
Philip Alston disse ainda que o sistema judiciário criminal do Equador tem funcionamento ruim e que a polícia raramente promove investigações sérias e coerentes sobre as mortes. Ele citou ainda que o Ministério Público equatoriano, que parece mais preocupado com relações públicas do que com as condenações.
Homicídio
O relator saudou o governo por reformas nas áreas de direitos humanos e constitucional, mas lembrou que a taxa de homicídio no Equador dobrou desde 1990, e agora corresponde a 20 assassinatos para cada 100 mil habitantes.