África Oriental e Austral são as regiões mais afectadas; até meados deste mês, o surto afectou quase 50 mil crianças, em 14 países.
Carlos Araújo, da Rádio ONU em Nova Iorque.
Um aumento significativo nos casos de sarampo na África Oriental e Austral pode vir a reverter os recentes avanços na redução da mortalidade causada por esta doença altamente contagiosa naquelas duas regiões.
A afirmação consta de um comunicado conjunto divulgado esta sexta-feira em Nairobi, Quénia, pela Organização Mundial da Saúde, OMS e pelo Fundo da ONU para a Infância, Unicef.
Estratégias
Até meados deste mês, o surto afectou quase 50 mil crianças, em 14 países, resultando em 731 óbitos. Os mais recentes surtos confirmados de sarampo ocorreram em Moçambique, Malaui e Zâmbia.
Segundo as duas agências das Nações Unidas, estratégias de controle da doença implementadas nas duas regiões incluem uma primeira dose de vacinação de rotina para crianças e um monitoramento epidemiológico rigoroso.
O chefe regional de comunicação do Unicef, Michael Klaus, disse à Rádio ONU, de Nairobi, que a emergência dos surtos da doença foi causada por uma falta de fundos para campanhas de vacinação.
"Por isso, a qualidade e o nível da cobertura está a diminuir. E isto acontece num momento em que havia progressos importantes na luta contra o sarampo em toda a África. O Unicef e a OMS apelam aos doadores para apoiarem campanhas de vacinação no Lesoto, Zâmbia, Madagascar e outros países, para assegurar que os sucessos na luta contra a doença não sejam revertidos", afirmou.
Imunização
O Zimbabué é o país da região com maior número de casos, mais de 8 mil e de mortos, cerca de 500. Até 15 deste mês, Moçambique tinha notificado 434 casos mas nenhum óbito.
O comunicado conjunto do Unicef e da OMS afirma que a protecção para futuros surtos só será assegurada com a imunização de pelo menos 90% das crianças em todos os distritos e a nível nacional.