Desde Dezembro do ano passado, a agência da ONU registou cerca de 15,5 mil novos deslocados que procuraram abrigo em acampamentos geridos pelo órgão.
Carlos Araújo, da Rádio ONU em Nova Iorque.
A continuação de operações militares e actos de banditismo na conturbada província de Kivu Norte, a leste da República Democrática do Congo, forçou milhares de civis a deixarem as suas casas nos últimos dois meses.
A afirmação foi feita esta terça-feira pelo porta-voz do Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, Andrej Mahecic, durante uma conferência de imprensa em Genebra.
Acampamentos
Desde Dezembro do ano passado, a agência da ONU registou cerca de 15,5 mil novos deslocados que procuraram abrigo em acampamentos geridos pelo órgão.
Famílias em fuga disseram a funcionários do Acnur que a situação é difícil e insegura nas suas aldeias na região ocidental da província, após a intensificação de acções militares por parte de grupos rebeldes.
Mahecic disse que a maior parte dos deslocados chegaram a campos localizados perto de Kitchanga, uma área situada a uma centena de kms da capital, Goma.
Esta última onda de deslocamentos eleva a população total dos acampamentos para 116 mil. O Acnur gere actualmente 47 campos de deslocados na região, fornecendo protecção e assistência.
Intimidação
O porta-voz da agência estima que apenas uma pequena proporção de deslocados foram registados. Ele disse que muitos mais devem ter procurado abrigo junto de familiares ou refugiaram-se em florestas com medo de regressarem às suas aldeias.
Segundo dados da ONU, cerca de 2,1 milhões de deslocados vivem no leste da República Democrática do Congo, onde intimidação e abusos de direitos humanos ocorrem de forma regular.