Nova vacina contra Sida reduz infecções em 1/3 dos casos (Português África)

OMS e Onusida indicam que resultados de um ensaio clínico efectuado na Tailândia são encorajadores; os dois órgãos afirmam que o estudo mostra pela primeira vez que uma vacina pode evitar o risco de infecção.

Carlos Araújo, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A Organização Mundial da Saúde, OMS e o Programa Conjunto da ONU sobre HIV-Sida, Onusida, estão optimistas em relação aos resultados divulgados esta quinta-feira do maior ensaio clínico jamais efectuado de uma vacina contra a doença.

O estudo envolveu cerca de 16 mil voluntários na Tailândia e foi efectuado por investigadores do exército americano e do governo tailandês durante um período de sete anos.

Avanço Significativo

Num comunicado conjunto emitido em Genebra, os dois órgãos indicam que os resultados do ensaio representam um avanço científico significativo e mostram pela primeira vez que uma vacina pode evitar o risco de infecção.

O estudo clínico revelou que a vacina RV144 pode reduzir o risco de contaminação pelo vírus da Sida em 1/3 dos casos. Apesar da protecção não ser total, as duas agências da ONU afirmam que os resultados do estudo aumentam a esperança de que uma vacina segura e eficaz poderá ser desenvolvida no futuro.

O comunicado diz, contudo, que é ainda prematuro falar de uma vacina universal contra o HIV, apesar dos resultados do ensaio serem encorajadores.

Ainda não ser sabe por exemplo se as duas componentes da vacina estudada na Tailândia são aplicáveis em outras regiões do mundo onde os contextos genéticos são diferentes.

Prevenção

Enquanto uma vacina eficaz contra a Sida não estiver disponível, a OMS e o Onusida continuam a sublinhar a importância da prevenção como a melhor forma de evitar a doença.

Segundo dados das Nações Unidas, cerca de 33 milhões de pessoas vivem com HIV em todo o mundo, a maioria das quais na África Subsaariana. O mundo regista cerca de 7,4 mil novas infecções todos os dias.