Agência da ONU disse que continua a assistir 3,6 milhões de pessoas em Darfur; órgão indicou que a população do Sul do Sudão ainda não colheu os dividendos da paz, após o fim da guerra civil em 2005.
Carlos Araújo, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O Programa Alimentar Mundial, PAM, disse que 45% da população de Darfur continua a ser afectada por insegurança alimentar grave ou moderada.
A afirmação foi feita esta quinta-feira pelo director do órgão no Sudão, Kenro Oshidari, numa conferência de imprensa em Cartum para fazer o ponto de situação sobre as actividades do PAM no país.
Incidentes Esporádicos
Ele disse que a agência da ONU assiste cerca de 3,6 milhões de pessoas em Darfur. 2 milhões vivem em campos enquanto os restantes 1,6 milhões residem em aldeias remotas ou com familiares em cidades.
Oshidari indicou que o PAM perdeu quatro parceiros importantes após a expulsão das ONGs do território em Março último. O órgão assumiu a responsabilidade por 50% do trabalho que faziam, estando a outra metade a cargo de organizações locais.
A agência reconhece que a distribuição de ajuda alimentar permanece difícil em Darfur, devido a incidentes esporádicos de violência e a falta de um acordo político entre as partes.
Serviços Básicos
No Sul do Sudão, o PAM nota a escassez de serviços básicos numa região que acolheu o regresso de 2,4 milhões de refugiados e deslocados desde a assinatura do acordo de paz, em 2005.
Kenro Oshidari disse que o Sul do Sudão é um dos territórios mais pobres de África. Ele realçou que as pessoas ainda não colheram os dividendos da paz numa área afectada por conflitos tribais, seca e altos preços de alimentos.
O PAM anunciou que vai necessitar de US$ 870 milhões para financiar as suas operações no Sudão em 2010.