Órgão afirma que muitos migrantes são empregados como trabalhadores sazonais no sector agrícola, sem um contrato de trabalho; muitos dizem receber entre US$ 17 e US$ 28 por um dia de trabalho.
[caption id="attachment_167491" align="alignleft" width="175" caption="Exploração de migrantes"]
Carlos Araújo, da Rádio ONU em Nova Iorque.
A Organização Internacional para Migrações, OIM, diz estar preocupada com a situação de cerca de 1 mil migrantes marroquinos que vivem na cidade de San Nicola Varco, a cerca de 100 km de Nápoles, no sul da Itália.
Um porta-voz do órgão afirmou esta terça-feira em Genebra, na Suiça, que os migrantes ocuparam edifícios abandonados, vivendo no meio de lixo e sem acesso a água potável e electricidade.
Contrato de Trabalho
A OIM indica que os migrantes marroquinos são empregados como trabalhadores sazonais no sector agrícola, sem um contrato de trabalho.
Eles disseram a funcionários do órgão que são explorados por patrões sem escrúpulos e que recebem entre US$ 17 e US$ 28 por um dia de trabalho que começa às 04.30 da manhã até às 04.00 da tarde.
A chefe do escritório da OIM em Portugal, Mónica Goracci, disse à Ràdio ONU, de Lisboa, que o fenómeno do trabalho sazonal conduz à exploração de muitos migrantes na Itália.
Soluções
"Há o agente no país de origem e o empregador na Itália que promete dar um trabalho regular. Uma vez que chegam à Itália o empregador ou desapareceu ou recusou de os contratar. Sem um contrato de trabalho, os migrantes tentam ir para o mercado de trabalho irregular", afirmou.
A OIM terminou na segunda-feira um estudo de avaliação na área de San Nicola Varco, a pedido do governo italiano, para identificar soluções aos problemas enfrentados pelos migrantes do Marrocos. Os resultados do estudo serão divulgados brevemente.
O órgão indica que o trabalho ilegal, particularmente no sector agrícola, é um fenómeno generalizado na Itália.