Segundo o Acnur, a intensificação de combates em Mogadíscio e centro da Somália obrigou cerca de 12 mil civis a fugir para o norte do país onde esperam uma oportunidade para viajar para o Iémen.
Confrontos em Mogadíscio e no centro da Somália estão a forçar milhares de civis a arriscarem suas vidas e atravessarem o Golfo de Aden para procurar refúgio no Iémen.
A afirmação foi feita esta terça-feira em Genebra, na Suiça, pelo Alto Comissariado para Refugiados, Acnur.
Perigosa Travessia
A agência da ONU disse ter recebido informações da sua rede de parceiros no país de que cerca de 12 mil pessoas fugiram nos últimos dois meses para a localidade de Bossaso, no norte. A maioria espera pela primeira oportunidade oferecida por traficantes para efectuar a perigosa travessia através do Golfo de Aden.
O porta-voz do Acnur, William Spindler, disse à Rádio ONU, de Paris, que esses deslocados fazem parte de mais de 232 mil somalis que foram forçados a deixar suas casas desde 7 de Maio quando confrontos entre forças do governo e grupos islâmicos irromperam em vários bairros de Mogadíscio.
"A aldeia de Bossaso é um ponto de partida para as pessoas que querem atravessar o Golfo de Aden, para chegar ao Iémen. É uma travessia muito perigosa. Cerca de 1 mil pessoas perdem a vida todos os anos nessa travessia. É uma região onde existe uma forte presença de piratas e traficantes", disse.
Traficantes
Segundo dados da ONU, mais de 50 mil pessoas chegaram ao Iémen em barcos de traficantes em 2008, um aumento de 50% em relação a 2007.
A tendência parece ter continuado este ano, com o Acnur a registar 30 mil chegadas nos primeiros seis meses de 2009.
Cerca de 1 mil pessoas também morreram afogadas em 2008 durante a perigosa travessia. O número de mortos ou desaparecidos este ano eleva-se a pelo menos 300.