Acnur diz que migrantes foram embarcados em navio para a Líbia sem serem perguntados sobre seu país de origem; maioria era da Eritreia.
Carlos Araújo, da Rádio ONU em Nova York.*
O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Acnur, pediu ao governo da Itália para fornecer informações sobre o tratamento dado a um grupo de migrantes irregulares que tentava entrar no país.
Segundo o Acnur, um grupo de 82 pessoas foi interceptado pela Marinha italiana no início deste mês perto da ilha de Lampedusa.
‘Vida Melhor'
O porta-voz do Acnur, Ron Redmond, disse que os migrantes foram enviados de volta à Líbia sem terem suas nacionalidades checadas.
Ao chegar o país, foi descoberto que a maioria era da Eritreia.
A chefe da Organização Internacional para Migrações, OIM, em Portugal, Monica Goracci, disse à Rádio ONU, de Lisboa, que muitos migrantes têm arriscado viagens como essas sonhando com o que creem que poderia ser uma vida melhor.
Alternativas
"O problema é que há uma oferta, nem sempre no mercado de trabalho regular nos países ricos, e há cada vez mais pessoas ou traficantes ou redes criminosas que aliciam ou vendem sonhos e esperanças. Essas pessoas dizem aos migrantes que existem sempre alternativas quando não conseguem viajar por vias normais. Elas infiltram-se, cada vez mais, nos meios onde sabem que há potenciais migrantes" afirmou.
Mar Mediterrâneo
De acordo com a agência da ONU, desde que implementou uma nova política de migração, em maio, a Itália já deportou cerca de 900 pessoas.
O Acnur pediu ao governo italiano para respeitar as leis internacionais.
Segundo o Acnur, até maio deste ano, a marinha italiana socorreu milhares de potenciais migrantes no Mar Mediterrâneo, dando assistência e proteção aos mais carentes.
*Apresentação: Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.