Ban Ki-moon disse que actuação de Mahmoud Ahmadinejad numa conferência da ONU torna ainda mais difícil a criação de soluções construtivas para o problema do racismo.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova Iorque*.
O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou deplorar o uso da tribuna de uma conferência da organização pelo presidente do Irão, Mahmoud Ahmadinejad.
Segundo Ban, ele teria feito acusações, causado divisões e até incitado em seu discurso nesta segunda-feira durante a abertura da Conferência de Revisão de Durban sobre Racismo, Xenofobia e outras formas de Intolerância.
Protesto
Numa nota, emitida logo após o discurso, Ban disse que a actuação de Ahmadinejad torna ainda mais difícil a criação de soluções construtivas para o problema do racismo.
Segundo agências de notícias, o presidente do Irão teria descrito Israel como um "governo racista" provocando a saída de vários delegados da sala de reunião em sinal de protesto.
O Secretário-Geral da ONU disse que lamentava, profundamente, que o apelo dele para que os participantes da reunião pudessem olhar para o futuro não tenha sido ouvido pelo presidente iraniano.
Ele contou ainda que numa reunião com Ahmadinejad, antes do discurso, ele falou ao presidente sobre a importância de fazer da conferência uma causa comum de combate ao racismo.
Holocausto
Ban Ki-moon lembrou que a Assembleia Geral da ONU adoptou duas resoluções uma sobre a revogação da equação sionismo e racismo e outra reafirmando os factos históricos do Holocausto.
O Secretário-Geral disse que é hora de união para alcançar uma agenda eficiente de combate ao racismo e xenofobia.
No domingo, os Estados Unidos anunciaram que não participariam da reunião por discordar do texto do encontro.
Depois do anúncio do governo americano, outros países também informaram que não compareceriam à reunião, que termina nesta sexta-feira.
*Apresentação: Carlos Araújo, da Rádio ONU em Nova Iorque.