Mas segundo o Acnur, o aumento do número de retornados à capital coincidiu com uma nova vaga de pessoas que procuraram refúgio em países vizinhos.
Carlos Araújo, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O Alto Comissariado para Refugiados, Acnur, revelou esta terça-feira que cerca de 60 mil pessoas regressaram à capital da Somália, Mogadíscio, desde o início do ano.
Segundo a agência da ONU, a maior parte vivia em campos de deslocados internos em regiões do centro e centro-sul do país. Mas cerca de 2,2 mil refugiados regressaram do Quénia, 900 da Arábia Saudita, 300 do Iémen e 20 da Etiópia.
Instabilidade
O Acnur não está actualmente a encorajar o regresso de deslocados à capital somali devido à situação de instabilidade na cidade e a falta de serviços básicos. Os retornados enfrentam várias dificuldades, incluindo a falta de abrigo adequado. Muitas casas foram destruidas pelos pesados combates que ocorreram em Mogadíscio nos últimos dois anos.
A agência das Nações Unidas está a realizar uma avaliação conjunta com instituições parceiras para adaptar a sua política de assistência e protecção à nova realidade criada pelos regressos.
O Alto Comissariado para Refugiados está também a restabeleceer a sua presença em Mogadíscio, após a evacuação de todos os trabalhadores humanitários internacionais em Julho de 2008. A medida tinha sido tomada devido à deterioração da situação de segurança na sequência de assassinatos e sequestros de funcionários da ONU, incluindo o chefe do Acnur no país.
Insegurança
Mas o aumento dos regressos à capital, coincidiu com uma nova vaga de somalis que procuram refúgio em países vizinhos. De acordo com o Acnur, uma combinação de insegurança e seca obrigou 24 mil pessoas a fugirem para o Quénia e 3 mil para a Etiópia desde o início do ano.
O número total de deslocados somalis dentro do seu próprio país ultrapassa agora 1, 3 milhões, segundo dados da ONU.
No ano passado, cerca de 100 mil somalis procuraram refúgio em países vizinhos como o Quénia, Etiópia, Djibuti e Iémen.