Agência da ONU disse que prática viola direito infantil; criança se casou com homem de 47 anos na Arábia Saudita.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, disse que está preocupado com a decisão de um tribunal na Arábia Saudita de não anular um casamento de uma menina de oito anos com um homem de 47.
A diretora-executiva do Unicef, Ann Veneman, afirmou num comunicado que o casamento infantil é uma violação dos direitos das crianças ainda que seja legalizado.
Questões Econômicas
De acordo com o Unicef, a prática é mais comum na África Subsaariana e no Sul da Ásia. Mas vários países no Oriente Médio e do norte da África promovem a união de meninas que acabaram de sair da puberdade com homens muito mais velhos.
A agência da ONU diz que muitos pais acabam autorizando o casamento de suas filhas, de forma prematura, por questões econômicas.
Na nota, Ann Veneman disse que o casamento não pode ser aceito quando uma das partes é extremamente jovem para tomar uma decisão informada.
O Unicef acredita que o casamento de crianças pode ter efeitos negativos, de longo prazo, sobre o estado físico e psicológico dos menores.
Uma pesquisa do fundo mostrou que em países como Bangladesh, Chade e República Centro-Africana, mais de 60% das mulheres se casaram ou passaram a viver maritalmente antes de completar 18 anos.