Presidente da Assembleia-Geral disse que decisão tinha motivações políticas e que não iria ajudar o processo de pacificação em Darfur.
Carlos Araújo, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O presidente da Assembleia-Geral da ONU, Miguel d'Escoto, disse esta quinta-feira que o indiciamento do presidente Omar al Bashir, do Sudão, pelo Tribunal Penal Internacional, TPI, era um golpe contra a justiça internacional.
D'Escoto, que falava numa conferência de imprensa, em Genebra, lamentou o facto do TPI ter ignorado um apelo da União Africana e da Liga Árabe ao Conselho de Segurança, para suspender, por um ano, o mandado de captura contra o chefe de estado sudanês.
O presidente da Assembleia-Geral disse que a justiça internacional só iria recuperar a sua credibilidade se dirigentes de nações poderosas fossem também indiciados.
Segurança
Miguel d'Escoto afirmou pensar que a decisão do TPI tinha sido motivada por considerações de ordem política. Ele disse que estava preocupado com a manipulação política da justiça que não iria ajudar o processo de pacificação em Darfur.
A Alta Comissária para os Direitos Humanos, Navi Pillay, comentou também a decisão do Tribunal Penal Internacional no caso Bashir, pedindo ao governo do Sudão para continuar a cooperar com todas as entidades das Nações Unidas e a garantir a segurança da população civil, do pessoal da ONU e parceiros da organização.
Credibilidade
Na conferência de imprensa, o presidente da Assembleia-Geral falou também da crise financeira global, afirmando que a única organização com credibilidade para implementar as reformas necessárias para o século 21 era a ONU.
Ele referiu que era injusto que a grande maioria da população mundial continuásse a pagar as consequências de erros cometidos num processo de tomada de decisões em que não participou.