Alta Comissária apelou aos países membros para não deixarem questões isoladas dominarem discussões de tamanha importância para a dignidade humana; conferência anti-racismo terá lugar em Genebra, em Abril.
Carlos Araújo, da Rádio ONU em Nova Iorque.
A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, pediu aos governos para ultrapassarem as suas diferenças políticas e cooperarem para eliminar o racismo e a xenofobia.
Num relatório enviado aos estados membros, Pillay emitiu uma série de propostas e recomendações com vista à importante conferência anti-racismo, a ter lugar lugar em Genebra, de 20 a 24 de Abril.
Uma comissão preparatória, constituída por representantes de vários países, tem estado a preparar o projecto de documento final da conferência.
Consenso
Todas as recomendações do documento são decididas por consenso, mas a linguagem utilizada sobre algumas questões, particularmente críticas às políticas de Israel nos Territórios Palestinianos Ocupados, tem causado polémica. A Alta Comissária apelou aos governos para não deixarem questões isoladas dominarem discussões de tão grande importância para a dignidade humana.
Pillay referiu-se a um outro tema controverso, a difamação de religiões, recomendando a organização de reuniões para ajudar os governos a encontrarem um denominador comum sobre a questão.
Desafios
No seu relatório, Pillay elabora alguns dos desafios que tem afectado a implementação do Programa de Acção e a Declaração de Durban, acordado na Conferência contra o Racismo em 2001.
A Alta Comissária disse que progressos lentos na erradicação da pobreza extrema e a fome, a crise de alimentos, a crise financeira global e as mudanças climáticas tem um impacto desproporcionado sobre os grupos mais vulneráveis, afectando a luta contra o racismo e a xenofobia.
Navi Pillay afirmou também que algumas medidas tomadas para combater o terrorismo estavam a impedir um combate mais eficaz contra o racismo.