Secretário-Geral da ONU reconhece progressos na implementação do acordo geral de paz assinado entre o norte e o sul, em 2005, mas alerta para inúmeros desafios no futuro.
Carlos Araújo, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas debateu esta quinta-feira o último relatório de Ban Ki-moon sobre o Sudão. No documento, o Secretário-Geral afirma que quatro anos após o acordo de paz que pôs termo a duas décadas de guerra entre o norte e o sul no Sudão, a situação de segurança no país permanece frágil e imprevisível.
Os sudaneses votarão num referendo em 2011 para decidir se a região sul deverá continuar a fazer parte do Sudão ou tomar-se um país independente.
Unidade
Ban afirma no relatório que o Acordo Global de Paz, CAP, atravessa actualmente uma fase crítica, a dois anos do seu termo. O Secretário-Geral reconhece progressos na sua implementação, mas alerta para inúmeros desafios no futuro.
Ban Ki-moon fala da necessidade de resultados concretos, incluindo o fornecimento de serviços básicos nas áreas do sul, afirmando que até agora nenhuma das partes apresentou um argumento convincente sobre as vantagens da unidade.
O Secretário-Geral apelou às partes do CAP para aproveitarem os últimos dois anos do acordo para explorarem todas as opções disponíveis afim de tornar a unidade mais atraente.
Mandato de Captura
Ban também manifestou preocupação sobre a reacção sudanesa à emissão de um possível mandato de captura do Tribunal Penal Internacional contra o presidente Omar al-Bashir, por alegados crimes de guerra e genocídio em Darfur.
O Acordo Global de Paz no Sudão, assinado entre o norte e o sul em 2005, pôs fim a um conflito que matou cerca de 2 milhões de pessoas e forçou 4,5 milhões a fugirem das suas casas.