Segundo o Acnur, a operação conjunta militar do Ruanda e do Congo contra rebeldes ruandeses hutus está a aumentar a tensão na província de Kivu Sul, e a forçar muitos refugiados congoleses no Kivu Norte a fugirem para o Uganda.
Carlos Araújo, da Rádio ONU em Nova York.
A operação militar da República Democrática do Congo e do Ruanda contra milícias hutus ruandesas está a aumentar a tensão na província de Kivu Sul, forçando pelo menos 5 mil pessoas a fugirem das suas aldeias, informou o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados.
Segundo a agência das Nações Unidas, a operação militar também ameaça o repatriamento de refugiados congoleses da vizinha Tanzânia.
Cerca de 5 mil pessoas fugiram da área de Makobola, a sul do centro regional de Uvira, no Kivu Sul, após a chamada milícia Mai Mai, que se opõe à operação militar conjunta dos dois países, ter bloqueado uma das principais vias de acesso à região.
Tensões
Um porta-voz do Acnur em Genebra disse que as crescentes tensões e o bloqueio da estrada poderiam conduzir a mais deslocamentos de pessoas na região.
A agênca da ONU revelou também que mais civis ruandeses tinham optado em regressar para o seu país, incluindo familiares de combatentes do grupo rebelde hutu, Fdlr.
Planeamento
Na província de Kivu Norte, a ofensiva militar conjunta está a forçar muitos congoleses civis, na sua maioria mulheres e crianças, a fugirem para o Uganda. Segundo o Acnur, 1300 atravessaram a fronteira nos últimos 4 dias e muitos mais continuam a chegar diariamente àquele país.
A missão de paz da ONU no Congo, Monuc, que está a apoiar a operação militar contra os rebeldes hutus, vai enviar seis a oito oficiais militares para o quartel-general da operação em Goma.
O objectivo é juntar-se ao planeamento da operação e coordenar em áreas como a assistência humanitária e a desmobilização de antigos soldados congoleses ou rebeldes ruandeses hutus.