Relatório revela prisões arbitrárias no Sudão
Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados informa que há relatos de torturas e maus tratos dos detidos.
João Rosário, da Rádio ONU em Nova York.
Um relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Acnur sobre o Sudão, revela que o Sudão está a registar casos de detenções e prisões arbitrárias, incluindo situações de tortura e maus tratos aos detidos.
O documento conclui que os serviços de segurança, a polícia, as forças armadas sudanesas bem como o Exército de Libertação do Povo do Sudão, grupo rebelde do sul do país, seriam responsáveis por violações às leis do nacionais e internacionais sobre as prisões de civis, no que respeita à forma de detenção e ao tratamento físico dos detidos.
Tortura
Em declarações aos jornalistas, a partir de Genebra, o porta-voz do Acnur, Rupert Colville deu mais detalhes sobre o documento.
Segundo Rupert, os detidos pelos serviços secretos e pelas forças de segurança sudanesas são habitualmente submetidos a violações sérias dos direitos humanos, como o isolamento, os maus tratos, tortura e a detenção em prisões não oficiais.
O porta-voz do Acnur disse ainda que os dissidentes políticos e os membros de organizações humanitárias de Cartum, capital do Sudão, estão entre os cidadãos que correm maiores riscos no país.
Recomendações
O Acnur elaborou uma lista de 28 recomendações de médio e longo prazos para inverter a situação das prisões arbitrárias no Sudão, e espera que as sugestões sejam tomadas em consideração pelas partes envolvidas.
O documento sobre as detenções e prisões arbitrárias cobre a totalidade do país, à excepção da província do Darfur, que é alvo de um relatório próprio sobre o mesmo assunto.