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FAO pede revisão para biocombustíveis

FAO pede revisão para biocombustíveis

Relatório anual de agência da ONU para agricultura e alimentação menciona oportunidades e riscos do produto.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

Um relatório da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, propõe a revisão de políticas e subsídios aos biocombustíveis.

O apelo da FAO pretende proteger pequenos agricultores, atividades do setor rural além de assegurar desenvolvimento sustentável.

Cadeia Alimentar

O relatório “O Estado da Alimentação e Agricultura 2008” foi publicado nesta terça-feira na sede da organização, em Roma, na Itália.

O encarregado de Agroindústria e Infra-Estrutura da FAO, no Chile, Guilherme Schuetz, falou à Rádio ONU sobre a nova geração de biocombustíveis que não fazem parte da cadeia alimentar, como por exemplo folhas.

“Existe uma ampla variedade de cultivos que podem ser utilizados e ajudar a agricultura a se desenvolver. É uma alternativa importante que pode ser aplicada em vários países dependendo das políticas e as características que cada paz detém na produção de biocombustíveis”, afirmou.

Contexto

O diretor-geral da agência, Jacques Diouf, afirmou que os biocombustíveis representam oportunidades e riscos. E que o resultado dependeria de um contexto específico adotado pelo país que o produz.

Segundo Diouf, as política atuais tendem a favorecer produtores em alguns países desenvolvidos contra produtores na maioria do mudo em desenvolvimento.

Em seu discurso na sede da ONU, antes da divulgação do relatório, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil tem uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo.

“O Brasil não tem fugido às suas responsabilidades. Nossa matriz energética é profundamente limpa. As crises alimentar e energética estão profundamente entrelaçadas”, disse.

O relatório da FAO revela ainda que a produção de biocombustíveis baseada em mercadorias do setor agrícola aumentou mais que 300% entre 2000 e 2007. E cobre agora quase 2% do consumo mundial de combustíveis.