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PMA lança apelo adicional para Zimbábue BR

PMA lança apelo adicional para Zimbábue

Programa Mundial de Alimentos diz que estoques de comida acabarão em janeiro; número de carentes pode aumentar para 5 milhões.

Yara Costa, da Rádio ONU em Nova York.*

O Programa Mundial de Alimentos, PMA, anunciou nesta quinta-feira um apelo de US$ 140 milhões, o equivalente a cerca de R$ 280 milhões, para ajudar na compra de comida no Zimbábue.

Segundo o PMA, os estoques atuais de alimentos devem se esgotar em janeiro. E o apelo adicional serviria para manter a ajuda humanitária por mais seis meses.

Refeição

O diretor da agência para o Centro, Leste e Sul da África, Mustapha Darboe, disse que milhões de pessoas no Zimbábue já não têm o que comer ou vivem apenas com uma refeição por dia. De acordo com os cálculos do PMA, o número de pessoas com fome no país pode chegar a 5 milhões no próximo ano, o que representa mais de 40% da população.

A analista-sênior de política das Nações Unidas, Valérie de Campos Mello, falou à Rádio ONU, em Nova York, sobre algumas das causas que levaram ao agravamento da crise no país.

Moeda

“O país vive uma paralisia econômica total, numa situação de desespero para a população como um todo. As pessoas não têm como ir trabalhar. Não existe mais transportes. Não existe dinheiro disponível para sacar. Todos os dias há filas enormes em frente aos bancos e não há moeda em circulação suficiente. Os alimentos desapareceram já há vários meses. Há uma situação de fome,” disse.

O diretor do PMA na África afirmou que doações imediatas são a única forma de impedir que a crise no Zimbábue se torne uma tragédia.

Governo Partilhado

Além dos problemas econômicos com uma inflação de 400 milhões por cento, o Zimbábue, no sudeste da África, passou também por uma crise política no início do ano depois do primeiro turno das eleições presidenciais.

A corrida entre o presidente do país Robert Mugabe e o líder da oposição Morgan Tsvangirai acabou em denúncias de intimidações e violência contra os opositores.

Após um acordo político, anunciado no mês passado, os dois líderes decidiram formar um governo partilhado com Tsvangirai no cargo de primeiro-ministro.

Apresentação*: Mônica Villela Grayley, Rádio ONU em Nova York.