Perspectiva Global Reportagens Humanas

Ban pede fim de impasse no Zimbabué

Ban pede fim de impasse no Zimbabué

Atraso no acordo de unidade nacional ameaça formação de novo governo a ser partilhado entre Mugabe e Tsvangirai.

Yara Costa, da Rádio ONU em Nova York.

O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon (foto) mostrou-se preocupado com a situação no Zimbabué e apelou aos partidos políticos, que façam esforços para chegarem a um consenso e prosseguir com a formação do governo de unidade nacional, acordado no último dia 15 de Setembro.

Numa nota lida pela sua porta-voz, Ban disse que: pôr o governo em ordem e restaurar a economia, é fundamental que o Zimbabué esteja no caminho da recuperação e de uma vida melhor para seus cidadãos.

Conversações

A analista-sénior de políticas das Nações Unidas, Valérie de Campos Mello, em entrevista à Rádio ONU, em Nova York, falando anteriomente sobre a situação actual do Zimbabué disse que o impasse político continua.

“Ainda não houve conclusão sobre a divisão dos ministérios, a situação actual é de impasse, e o partido da oposição, hoje, chamou de volta o mediador, o ex-presidente da África do Sul, Mbeki, para ajudar nas negociações,” disse.

Segundo agência de notícias, Thabo Mbeki está a comandar as conversações para a implementação do acordo. Ele conta com o apoio da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, Sadc. Há relatos de que o líder da oposição, Morgan Tsvangirai, teria ameaçado desistir do acordo por divergências sobre os termos da divisão do gabinete.

Na nota de Ban, a porta-voz afirmou que a ONU está a tratar de todos os preparativos possíveis para trabalhar com o novo governo e ajudar o país a resolver os problemas que enfrenta.

Crise

De acordo com a ONU, a situação humanitária no Zimbabué está a deteriorar-se e deve continuar até 2009.

Mais de 5 milhões de pessoas estão com falta de comida. O Programa Alimentar Mundial, PAM, fez um apelo de US$ 140 milhões para alívio vital durante os próximos seis meses. Sem as contribuições, o PAM avisou que vai ficar sem reservas nenhumas em Janeiro, precisamente no pico da crise.