Mulheres somalis devem decidir mais, diz ONU (Português para África)
Encontro em Dar-es-Salaam, na Tanzânia, visa reforçar papel das mulheres na tomada de decisões na Somália.
João Duarte, Rádio ONU em Nova York.
O Instituto Internacional das Nações Unidas de Pesquisa e Capacitação para a Promoção da Mulher, UN-Instraw, participa de uma conferência intitulada “Mulheres, Paz e Segurança na Somália”.
A conferência decorre em Dar-es-Salaam na Tanzânia até esta sexta-feira.
Consolidação da Paz
O evento é organizado pelo UN-Instraw e a Associação Diáspora e Paz, com sede em Itália e cujo objectivo é reforçar o papel das mulheres na resolução de conflitos e processos de consolidação da paz.
Um dos temas discutidos no encontro é a participação das mulheres somalis no estabelecimento de processos de governação inclusivos e democráticos no país.
Para além de representantes do Instraw, a conferência conta com intervenções de representantes do governo federal de transição e de mulheres somalis na diáspora.
Segundo a Organização Internacional de Migrações, OIM, existem neste momento 3 milhões de somalis que vivem fora do país como emigrantes, refugiados ou candidatos a asilo.
A resolução 1325 do Conselho de Segurança das Nações Unidas obriga ao aumento da representação das mulheres em todos os níveis de tomada de decisão.
A constituição temporária da Somália contém poucas referências relativas à igualdade de género. Nas eleições de 2004 as mulheres conquistaram apenas 21 dos 256 assentos parlamentares disponíveis, ou seja, menos de 8% do total.
A constituição temporária define que pelo menos 12% dos assentos parlamentares devem ser reservados para mulheres.