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Uso de drogas sintéticas supera o de cocaína, diz Unodc BR

Uso de drogas sintéticas supera o de cocaína, diz Unodc

Consumo aumenta nos países do leste da Ásia e do Oriente Médio; agência da ONU diz que mercado movimenta US$ 65 bilhões.

João Duarte & Mônica Villela Grayley, Rádio ONU em Nova York.

Um relatório do Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime, Unodc, sugere que o consumo de drogas sintéticas está aumentando nos países em desenvolvimento.

Segundo o estudo, lançado em Bangcoc, na Tailândia, o aumento está ocorrendo em países do Oriente Médio, do leste da Ásia e do Golfo Pérsico.

Demanda

O relatório “Avaliação Global 2008 de Anfetaminas, Metanfetaminas e de Ecstasy” revela que o uso destas substâncias é maior que o da cocaína e da heroína juntas.

De acordo com o Unodc, o mercado ilegal de drogas sintéticas movimenta cerca de US$ 65 bilhões, o equivalente a R$ 104 bilhões anualmente.

No continente americano, o uso de drogas sintéticas subiu de sete para 11 doses diárias entre 2000 e 2006.

Leia o boletim de Eduardo Costa, da Rádio ONU em Nova York.

“Segundo o relatório do Unodc, Brasil, México e África do Sul estão se destacando como pontos de destino de anfetaminas, por via aérea. Mas a Ásia continua liderando a demanda por este tipo de substância.

Ameaça

Especialistas dizem que apesar dos esforços no combate à cocaina pelos países da América Latina e do Caribe, o tráfico e consumo de anfetaminas ainda não teria sido registrado como uma séria ameaça pelos governos da região.

Mesmo assim, grandes quantidades de apreensões têm sido feitas nos últimos anos. Na Costa Rica, o número passou de 557 pílulas de ecstasy em 2001 para 19 mil pílulas em 2007.

A maior preocupação é com o aumento do consumo entre os jovens. Segundo pesquisas, entre 2004 e 2005, cerca de 3,5% dos estudantes de ensino médio, no Brasil, teriam usado drogas sintéticas pelo menos uma vez por ano”.

O relatório do Unodc elogia vários governos por política de combate às drogas e ressalta que um dos maiores desafios são as redes globais do crime organizado que controlam todas as etapas do processo de produção.