Amazónia na sede da ONU BR

Amazónia na sede da ONU

Evento durou um mês e foi visto por milhares de visitantes.

Marta Barroso, Rádio ONU em Nova York. (Português para África)

As Nações Unidas encerraram esta quarta-feira a exposição "Amazónia, Floresta e Clima" em Nova Iorque.

A mostra integrou o projecto "Amazónia Brasil New York City 2008" apresentado em vários pontos da cidade durante os últimos meses.

A altura não poderia ter sido melhor. Numa época, em que termos como sustentabilidade e alterações climáticas governam discussões em todo o mundo, a exposição na sede da ONU pretendeu alertar para o papel da floresta tropical no contexto ambiental. O Subsecretário-Geral de Comunicações e Informação Pública, Kiyotaka Akasaka, referiu-se à exposição, durante a abertura, como "uma iniciativa importante, nomeadamente para informar o público sobre a necessidade urgente de conservar a Amazónia e ajudar a reduzir os danos e as ameaças das alterações climáticas."

Pulmão do Mundo

Grande parte da Amazónia – mais de metade – é património de um só país: o Brasil. Mas se for destruída, toda a humanidade – do Brasil à China – sairá afectada. Não é por acaso que a Amazónia é considerada o pulmão do mundo.

Na abertura da exposição, a embaixadora do Brasil na ONU, Maria Luísa Ribeiro Viotti, falou sobre as razões a favor da preservação da biodiversidade da Amazónia. Segundo a embaixadora, "hoje estão registados e classificados na região, pelo menos, 40 mil espécies de plantas, 3 mil peixes, mais de mil aves, mais de 400 mamíferos, mais de 400 anfíbios e um grande número de répteis."

A diversidade de espécies na Amazónia é a maior do planeta. Por enquanto, pelo menos: o desmatamento é uma das principais causas de destruição da maior floresta tropical do mundo. Organizações de defesa do ambiente activas na região referem-se à madeira, à pecuária e à soja como as três principais causas do desmatamento.

Protocolo de Kyoto

Kiyotaka Akasaka, Subsecretário-Geral de Comunicações e Informação Pública das Nações Unidas, foi um dos negociadores do Protocolo de Kyoto. Segundo Akasaka, "muito pouco se sabe sobre o que está a acontecer e pode ser que estejam a circular informações erradas, que o desmatamento é tão grande que nós estamos a perder a floresta e que a Amazónia poderá desaparecer. Nós precisamos de informação correcta."

De acordo com especialistas, até à década de 1960/1970, apenas 1% da área brasileira da Amazónia tinha sido desmatado. E em apenas 40 anos, a região perdeu mais de 17% de floresta.

Já na 9ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica, COP9, que se reuniu em Maio na cidade alemã de Bona, a questão da preservação das florestas mundiais foi um dos pontos que mais preocupou as partes. Agora, Maria Luísa Ribeiro Viotti salienta a exposição em Nova Iorque e diz que " ajuda a mostrar que a Amazónia é importantíssima, como um habitat, um sistema ambiental de um grande valor pela sua biodiversidade, pelo papel que tem no clima."

Meio Ambiente

Também o Vice Primeiro-Ministro de Timor-Leste, Luís Guterres, falou com a Rádio ONU, na abertura da exposição na sede da organização, sobre a consciencialização mundial da importância da Amazónia para a estabilização do meio ambiente no planeta:

"Esta exposição vai de certeza lembrar a todos da necessidade de preservarmos o meio ambiente, a floresta, em todas as partes do mundo. Porque sem a preservação desse meio ambiente, nós corremos o risco de um dia ficarmos sem o ar que respiramos e a terra em que vivemos", disse.

Segundo o relatório Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas das Nações Unidas, Ipcc, o aumento da temperatura a nível mundial, juntamente com a restrição do acesso a água, poderão transformar a Amazónia, ou parte da floresta, em savanas. De acordo com o relatório, o aumento da temperatura da Terra poderá atingir 4ºC.